para não me perder de mim,

Beatriz Klein
1 min readMar 14, 2021

--

eu esboço a convicção de que ainda sou inteira. de que a base que está por baixo dos meus pés é sólida e que o trabalho feito criou raízes aqui. para não perder a essência que encontrei, desnudo-me das barreiras criadas pelo ego. respiro fundo e crio uma consciência: estou aqui, estou presente. Nesse exercício de presença, eu enxergo quais são os sentimentos do agora, dando nome aos velhos conhecidos, apenas observando os novos que chegam — sem pretensão de chamá-los de meus.

o gostoso de enxergar que a consciência de quem sou agora se faz nos momentos em que eu apenas me permito ser, sem necessidades de amarrar a mim identificações com estados emocionais e nem de murar aquilo que chamo de Eu. faço o que faço porque recentemente aprendi a grandeza de ser vulnerável. Dispo-me até daquilo que considero qualidade para sempre presente em mim.

não sei quanto disso faz sentido sem trazer um exemplo concreto. e nem sei quanto disso eu saberia concretizar. são sutilezas e subjetividades que identifiquei nas meditações e nas descidas às florestas subterrâneas de minha mulher-lobo. aprendi comigo quão leve é não precisar ser algo o tempo todo, porque nisso há a permissão para ser todas as Beatrizes que sequer sei que sou. prender e amarrar em definições poda todas as possibilidades que não enxergo, porque foco e vejo somente aquilo que está no pequeno campo de visão da mente pré-condicionada.

--

--